Os juízos são relações entre o sujeito e o predicado, entende-se por juízo (conhecimento). A relação entre o sujeito e o predicado pode ser feita por análise (quando o predicado pertence ao sujeito e assim nada lhe acrescenta) ou síntese (quando o predicado não pertence ao sujeito e algo é acrescentado).
Juízos analíticos "a priori" e sintéticos "a posteriori" |
Juízos analíticos "a priori" são então aqueles que o predicado nada acrescenta ao sujeito, e "a priori", conforme artigo anterior, porque são universais e necessários, desta forma temos o exemplo do triângulo na imagem acima, mas podemos dar um exemplo duplamente semelhante, tanto para os juízos analíticos como para os juízos sintéticos: Todo corpo possui massa.
Esta sentença demonstra que a massa (predicado) nada acrescentou ao corpo (sujeito), sendo um juízo analítico, pois todo corpo já possui massa, não é preciso expressar por meio da linguagem, assim há um desenvolvimento para explicar o que há no corpo sem nada lhe ser acrescentado. E independente do local que o corpo se encontra no universo ele continuará possuindo massa, pois a partir do momento que o corpo não mais possuí-la, na verdade não será mais um corpo, portanto é necessário e universal ("a priori").
Quanto aos juízos sintéticos "a posteriori" podemos dizer que são aqueles que o predicado acrescenta algo ao sujeito, e temos o exemplo da garrafa verde na imagem acima, mas como explanado acima iremos utilizar um argumento de extrema semelhança ao argumento do juízo analítico. Enquanto no juízo analítico "a priori" dissemos que todo corpo possui massa, no juízo sintético "a posteriori" utilizaremos um exemplo semelhante: Todo corpo é pesado.
Analisemos o seguinte, o predicado (pesado) acrescentou algo ao sujeito (corpo)? Sim, acrescentou porque o peso depende da gravidade, enquanto na terra um corpo pesa xN, na lua o peso diminui porque a gravidade é menor, desta forma há uma variação (contingência) do peso em relação ao corpo ("a posteriori") e por acrescentar algo ao sujeito, ou seja, a gravidade que não faz parte do corpo, o juízo é sintético.
Quanto aos juízos analíticos Kant diz que "[...] seria absurdo fundar um juízo analítico na experiência, pois para formá-lo não preciso sair do meu conceito e por conseguinte não me é necessário o testemunho da experiência. Posso reconhecer antes, analiticamente, o conceito de corpo pelas propriedades da extensão, impenetrabilidade, forma etc., etc., as quais são todas pensadas neste conceito." grifo meu
E quanto aos juízos sintéticos Kant demonstra: "Mas se amplio meu conhecimento e observo a experiência que me proporcionou o conceito de corpo, encontro enlaçada constantemente com todas as anteriores propriedades e de gravidade (o peso), que adito sinteticamente, como predicado, àquele conceito." grifo meu.
Fonte: KANT, Immanuel. A Crítica da Razão Pura. Introdução.
O exemplo oferecido por Kant para ilustrar o juízo sintético (a posteriori) não seria, na verdade, da forma como ele o apresenta, um juízo sintético a priori? Eis o exemplo: TODO CORPO É PESADO. Digo isso, porquanto a proposição é posta (e pensada) com a expressão da necessidade e da universalidade.
ResponderExcluirAguardo resposta.
Olá.
ExcluirA expressão "Todo corpo é pesado." não é uma expressão universal, pois o peso (P) depende da gravidade (g) e da massa (m) porque P = m x g. Desta forma o corpo referido pode ser "pesado" na terra, mas não na lua por exemplo, onde a gravidade é inferior. Porém se disséssemos que "Todo corpo tem massa", seria uma expressão universal e necessária.
Sendo asssim, a expressão "Todo corpo é pesado." é um juízo sintético, pois o predicado acrescenta algo ao sujeito e "a posteriori" onde o corpo depende da experiência (P = m x g) para ser pesado ou não.
Obrigado.
ola caros colegas, gostei da ilustração dos juízos analíticos e sintéticos em Kant, seria interessante ilustrar os juízos sintéticos a priori, possíveis na matemática e na física.
ResponderExcluirOlá Willian.
ExcluirNosso objetivo é justamente ilustrar e demonstrar o que são os Juízos Sintéticos "a priori". Porém temos que abordar muitos "conceitos" antes de chegarmos a essa "conclusão".
Att. Rafael
Ratifico a posição do Willian.Muito didática a demonstração dos conceitos de Juizo sintético e analítico. Este blog é um serviço de utilidade pública ao conhecimento, essencialmente por ser aberto a todos.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirObrigado Vitorino.
ExcluirE os sntéticos à priori meu deus....
ResponderExcluirOlá.
ExcluirComo falamos para o Willian. Nosso objetivo é justamente ilustrar e demonstrar o que são os Juízos Sintéticos "a priori". Porém temos que abordar muitos "conceitos" antes de chegarmos a essa "conclusão".
Sabemos que é um trabalho que requer o máximo de nós para expressarmos da melhor maneira possível o que Kant gostaria de demonstrar.
Att. Rafael
Obrigado.
E os sntéticos à priori meu deus.
ResponderExcluira forma de explicação dos conceitos e os exemplos são muito claros... parabéns!
ResponderExcluirObrigado.
ExcluirMuito didático.Estou lendo o livro de lógica do Jolivet e este post ajudou bastante.
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=Nqif7TM1URQ
Tiago Gomes
Adorei o site...
ResponderExcluirEsta me ajudando muito em trabalhos e provas!
Valeeeu
Há juízos sintéticos a priori?
ResponderExcluirParabéns pela postagem, já assisti vários vídeos e não entendia o que os professores diziam sobre Kant, até vir aqui! Obrigado!
ResponderExcluirMuito clarificador. Parabéns!
ResponderExcluirbom dia aqui é o Pinho Prometido. eu gostava de saber da oficina quantos juizos Kant nos fala?
ResponderExcluirta abandonado o blog ?
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